Publicada no final da década de 1950, "Rhinocéros", de Eugène Ionesco, mantém a atualidade própria das obras feitas para desafiar tendências, ritmos, regras estéticas e maneirismos ideológicos. Composta em três atos e quatro "tableaux", "Rhinocéros", nas palavras de Emmanuel Jacquart, prefaciador do texto publicado dentro da coleção Folio Théâtre, da maison Gallimard, constitui "pièce plus étoffée que les précédentes, en préserve les acquis, à savoir: la recherche sytématique de l´innovation et de l´originalité, une tendance à la provocation, le refus de la culture grégaire, le goût de l´expérimentation, le mélange des genres et des tons, notamment l´interpénétration du comique et du tragique. Ionesco se fixe cependant un objectif précis à defaut d´être nouveau pour lui: la quête de la vérité transhistorique, la 'conjugaison de l´histoire et de la non-histoire, de l´actuel et du non-actuel (c´est-à-dire du permanent)'. Et d´ajouter: '[...] en fin de compte, je ne crains nullement d´affirmer que le véritable art d´avant-garde ou révolutionnaire, est celui qui, s´opposant audacieusement à son temps, se révèle comme inactuel.'"
Numa cidade onde toda a população vai, pouco à pouco, se transformando em rinocerontes, somente uma firme e decidida resistência pode salvar a alma da desgraça iminente. Com maestria, Ionesco compõe uma dos mais belos e incríveis poemas a cerca do fanatismo e da luta pela sobrevivência face à l´extrême. De sua estréia francesa em 1960 - mise en scène a cargo de Jean-Louis Barrault - até os nossos dias, o "Je ne capitule pas." do herói de "Rhinocéros" configura uma das mensagens mais urgentes e dramáticas da cena mundial contra a avidez totalitária.
Rhinocéros
Eugène Ionesco
Gallimard - Folio Théâtre
de R$ 38,50
por R$ 28,88
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