terça-feira, 27 de abril de 2010

Jean Jaurès em defesa da Vida


No último dia 24, completaram-se 95 anos do martírio de mais de 1 milhão de cidadãos armênios, perpetrado pelo Império Otomano. De 1915 à 1917, a Armênia foi palco de um dos primeiros genocídios da história contemporânea, prenunciando os lamentáveis acontecimentos da Segunda Grande Guerra, os Balcãs nos anos de 1990, Ruanda e, mais recentemente, o Sudão do sul.

Entretanto, muito antes dos massacres de 15 e 17, a Turquia já investia feroz contra suas minorias armênias na Anatólia, com a conivência escandolosa das potências da época, sobretudo a da França que, parceira econômica privilegiada do império turco, fechava os olhos à desgraça alheia. Mas estes olhos foram abertos à força, quando no dia 3 de dezembro de 1896, um jovem deputado representante do Tarn, subiu à tribuna e proferiu um dos discursos mais marcantes da Terceira República.

Adotando o nome "Institut Français" para seu Goethe-Institut, a França perdeu uma grande oportunidade de honrar a memória de um dos seus mais nobres filhos. Nem Français, nem Victor-Hugo! Se os franceses desejassem sair da sombra internacional que se encontram e assumir, com honra, uma posição de destaque entre as nações, nomeariam seu mais novo braço cultural de "Institut Jaurès". Um discurso como o que Jean Jaurès apresentou na Assemblée Nationale, em defesa dos armênios perseguidos na Anatólia, mostra o quanto este homem encarna o que o espírito francês tem de solidário e universal.

Em pleno auge do capitalismo industrial, do colonialismo e do imperialismo voraz europeu, Jaurès dá nome aos bois e critica violentamente a cumplicidade do governo da época com os crimes otomanos. Perturbadoramente profético, Jaurès denuncia a evolução dos procesos de extermínio e conclama a opnião pública internacional ao engajamento contra tais práticas criminosas, em nome do Direito e da Paz.



Il faut sauver les Arméniens
Jean Jaurès
Mille et Une Nuits
pode ser encomendado à Livraria Francesa

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