Em setembro o mundo francófono lembrará os 30 anos da morte de Jacques Lacan. Médico de formação, tendo sido aluno do "alienista" Gaëtan Gatian de Clérambault - sobre este iconoclasta da psiquiatria francesa, Alain Rubens escreveu um interessantíssimo ensaio publicado pelo Synthélabo Le Maître des Insensés : Gaëtan Gatian de Clérambault (1872 - 1934), disponível em nosso acervo -, Lacan se notabilizou como um dos maiores intérpretes da obra freudiana e um dos mais originais pensadores da psicanálise - e da cultura - no século XX. Seus interesses intelectuais múltiplos o levaram ao desbravamento de diversos campos do conhecimento, transitando com rigor pela linguística, pela antropologia, pela lógica, pela estética. Seu "enseignement" se deu, primordialmente, de modo oral, através de conferências e seminários registrados meticulosamente por seus alunos.
Neste ano, depois de grande espera, estará disponível ao público o décimo novo volume de seu célebre "Séminaire": "...Ou pire". A leitura de Lacan fascina. Para quem deseja, antes de enfrentar o intrincado raciocínio do filósofo, uma introdução ao seu trabalho, uma boa pedida é "Jacques Lacan" da editora Inculte. O bouquin corresponde à reedição do número 58 - publicado na década de 1970 - da grande revista L´Arc, dedicada ao filósofo parisiense. Dirigida por Catherine Clément, o livro traz ensaios de autoras como Luce Irigaray e Élizabeth Roudinesco, versando sobre diversos aspectos da reflexão lacaniana e sua importância para a história contemporânea das idéias.
Jacques Lacan Catherine Clément (direção) L´Arc Inculte
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