Fundada em 1932 por Emmanuel Mounier, a revista Esprit tem, por todos estes anos, marcado presença no cenário intelectual francófono, apresentando o que há de melhor na reflexão filosófica de língua francesa. De Georges Vigarello à Aurélie Ledoux, de Jean-Pierre Domenach à Frédéric Worms, é possível ver na Esprit autores que, transitando da Estética à Crítica Teológica, influenciam a produção contemporânea.
O número 353 da Esprit (Março-Abril), dísponível nas lojas da Livraria Francesa, traz um especial sobre a digitalização dos tempos presentes; com o título "Homo Numericus", Esprit discute temas como o redimensionamento do espaço corporal, a profunda transformação dos suportes midiáticos convencionais, as implicações da virtualização da sensibilidade contemporânea nas relações interpessoais. Participam deste dossiê, nomes como Bernard Benhamou, Delphine Gardey e o já referido Georges Vigarello.
Esprit 353 também traz Jean-Louis Schlegel analisando a polêmica reabilitação promovida por Bento XIV dos lefebvristas excomungados por seu antecessor, Antoine Garapon dissertando sobre as propostas de reforma do sistema judiciário francês, Jacques Darras escrevendo sobre o fim do Absoluto Poético, além de resenhas e críticas de livros e obras de arte em evidência.
Esprit constitui leitura indispensável para se entender estes tempos de confusa urgência.
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