Em "Apprendre à mourir", Emmanuel Hirsch propõe uma ética da consolação.
Professor de Ética Clínica na Paris-Sud 11 e diretor do Espace Éthique Assistance Publique-Hôpitaux da cidade de Paris, Emmanuel Hirsch é, certamente, alguém preparado para falar sobre os derradeiros momentos de uma pessoa. Eutanásia, direito à morte, dignidade do moribundo, sofrimentos finais são temas que sempre envolveram sua linha de atuação reflexiva, atuação esta, não só decorrente do trabalho ambientado num centro de estudos, mas, sobretudo, da observação pontual do dia-a-dia daqueles que, de um modo ou de outro, preparam-se para a travessia da última fronteira.
Em cada ponto de seu essai, Hirsch vai dissertando, num estilo surpreendentemente ágil e seco, sobre questões envolvendo o morrer que, para muitos, chegam a provocar intensos calafrios, como o esgotamento das soluções medicamentosas ante um mal que, pouco à pouco, vai tornando mais penosa a existência do doente, a profunda (e incômoda) dependência do desenganado à terceiros, a suposta inutilidade da vida, após a perda de qualquer capacidade de reação eficaz frente ao ataque da doença.
Buscando em fontes as mais diversas da "teoria" ética, lições para a construção de seu texto, Hirsch manifesta o desejo de ver internalizada, seja naqueles que partem, seja naqueles que ajudam estes últimos a partirem, uma moral nova, uma ética da consolação, capaz de possibilitar a superação dos preconceitos e assumir, com toda a força, uma posição em favor de um final de existência realmente digno, atitude esta, eminentemente polêmica, mas que pode abrir novos horizontes críticos e clínicos para o futuro.
Apprendre à Mourir
Emmanuel Hirsch
Grasset
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